sexta-feira, 27 de julho de 2012

A menina da sandália amarela.


Sentada na escada do anfiteatro
Lá estava ela
A menina da sandália amarela
Observando cada gesto do mundo torto
Sorria pro nada guardando suas dores

Era uma menina tão pequena
que não cabia em si
Se sentia sempre faltando

Sobrava amor, curiosidade
alegrias, angustias e descobertas...
Faltavam amigos.
Mas isso ela guardava pra si

Não queria chatear seus colegas
Que tanto implicavam
com sua sandália amarela

Nunca foi beijada
Gostava mesmo era de girar e girar
Era sempre a esquisita
Muito amada, imitada
Mas nada compreendida

Fazia seus próprios cadernos extras
Só pra ficar juntando palavras

Questionava tudo
E não sabia de nada
Mesmo que enxergasse o mundo
Gostava de ser calada

Sempre achou versos no meio do nada.
Embora fosse estranha a menina
Era ela quem liderava

Se via diferente
Mas isso não a incomodava
Sua sandália amarela
Era bonita e um poço de conforto
Qualquer comentário maldoso
Era sempre uma bobagem

No futuro descobriu
que qualquer coisa incomoda
os que precisam de sentimentos
E que sua sandália amarela
Era só um pretexto
Para se aproximarem dela
Que sempre foi tão fechada

Por que sim. Era esquisita
Mas era dona de um imenso coração
E sentimentos?
Isso pra ela, não faltava não!

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